Enquanto a humanidade não encontrar fontes energéticas capazes de substituir definitivamente o petróleo, nossa economia e nosso desenvolvimento continuarão atrelados a esse recurso estratégico. Esta realidade nos coloca diante de uma escolha crucial: utilizar nossa riqueza petrolífera para beneficiar o povo brasileiro ou entregá-la aos interesses do mercado financeiro internacional. A diferença entre esses dois projetos nunca foi tão clara quanto agora, quando comparamos os governos do PT com o desastre neoliberal que se seguiu ao golpe de 2016 – um contraste que revela duas visões antagônicas de nação.
O período entre 2003 e 2016 demonstrou como uma política energética soberana pode transformar o petróleo em instrumento de desenvolvimento nacional. Durante os governos Lula e Dilma, a Petrobras foi tratada como patrimônio do povo brasileiro, e não como mero ativo financeiro. Os preços dos combustíveis eram administrados com responsabilidade, protegendo a população dos choques internacionais enquanto mantinha a empresa saudável. O pré-sal, descoberto em 2006 sob a liderança do PT, representava mais do que uma reserva energética – era a materialização da promessa de independência estratégica e da possibilidade de usar nossos recursos naturais para financiar políticas sociais estruturantes. Nesse período, o petróleo cumpria seu verdadeiro papel como vetor de progresso, garantindo não apenas estabilidade econômica, mas também os investimentos necessários em áreas estratégicas para o desenvolvimento do país.
O golpe de 2016 interrompeu brutalmente esse projeto nacional, substituindo-o pela mais cruel e submissa agenda neoliberal. O governo ilegítimo que se seguiu tratou a Petrobras como simples mercadoria em balcão de liquidação. A adoção da Paridade Internacional de Preços (PPI) – verdadeira camisa de força imposta aos brasileiros – transformou nossos combustíveis em reféns da especulação financeira global. Enquanto o barril de petróleo do pré-sal saía de nossas águas a custos competitivos, o povo brasileiro era obrigado a pagar preços abusivos nas bombas, calculados em dólar e amarrados à volatilidade dos mercados internacionais. Era a política colonial em sua forma mais pura: nosso recurso natural sendo explorado para beneficiar acionistas estrangeiros, enquanto o povo sofria com inflação, desindustrialização e o desmonte sistemático de nossa capacidade produtiva.
O retorno do PT ao governo em 2023 marcou o início da reconstrução dessa política energética soberana – e os resultados começam a aparecer. Os recentes anúncios de redução nos preços da gasolina e do gás natural mostram a mudança de rumo em direção a um projeto nacional desenvolvimentista. Em junho de 2025, a Petrobras reduziu em 5,6% o preço da gasolina para distribuidoras, chegando a R$ 2,85 por litro – o que representa uma queda acumulada de impressionantes 17,5% desde dezembro de 2022 quando consideramos a inflação. Já em julho, foi anunciado o significativo corte de 14% no preço do gás natural. Longe de serem meros ajustes técnicos, essas medidas representam uma nova postura estratégica: o petróleo brasileiro voltando a cumprir seu papel social, servindo ao povo brasileiro em primeiro lugar.
O impacto concreto dessas reduções na vida da população não pode ser subestimado. Combustíveis mais baratos significam alimentos com preços menores no supermercado, transporte público mais acessível para trabalhadores e alívio imediato para pequenos empresários e caminhoneiros – categoria tão crucial quanto castigada em nosso país. É a demonstração prática e incontestável de que, quando o Estado retoma seu legítimo papel estratégico, os resultados beneficiam toda a sociedade, e não apenas uma minoria privilegiada. Enquanto o neoliberalismo vê no petróleo apenas uma commodity para especulação e geração de dividendos, nós do PT entendemos – e comprovamos na prática – que se trata de um recurso estratégico fundamental para o desenvolvimento nacional e a soberania popular.
A batalha pela soberania energética, no entanto, está longe de terminar. Os mesmos setores que lucraram obscenamente com a entrega da Petrobras nos últimos anos continuam atacando diariamente nossa política energética, usando todos os instrumentos ao seu alcance – da grande mídia aos mercados financeiros. Para essa elite desconectada do Brasil real, é simplesmente inaceitável que o petróleo brasileiro beneficie primeiro os brasileiros. Querem nos fazer crer que estamos condenados a seguir eternamente as regras impostas pelos mercados internacionais, como se fôssemos uma colônia sem vontade própria ou capacidade de autodeterminação.
Mas a história – e os fatos recentes – mostram outra realidade. O pré-sal provou que temos tecnologia, capacidade técnica e competência gerencial para explorar nossos recursos com eficiência e competitividade internacional. As recentes quedas nos preços demonstram cabalmente que é perfeitamente possível ter uma política energética que combine responsabilidade fiscal com compromisso social – e que o PT sabe como fazer essa equação dar certo. O caminho a seguir está claro: investir pesadamente em refino para reduzir nossa dependência de importações, fortalecer a Petrobras como empresa integrada e verdadeiramente nacional, e usar nossos recursos energéticos não apenas para o desenvolvimento imediato, mas também para financiar a transição justa e soberana para uma economia sustentável.
O petróleo brasileiro deve servir prioritariamente ao Brasil – essa é a lição que fica quando comparamos os resultados dos governos do PT com o desastre neoliberal que nos foi imposto. Enquanto alguns veem no barril de petróleo apenas uma mercadoria para especulação e ganhos de curto prazo, nós vemos a energia que move o desenvolvimento de nossa nação, a alavanca que pode reduzir desigualdades e o instrumento estratégico para nossa soberania. A escolha que se coloca é clara e urgente: ou o petróleo trabalha para o povo, ou continuaremos reféns de uma lógica colonial que só beneficia uma minoria privilegiada, dentro e fora do país.
O PT já mostrou qual caminho escolhe – e os resultados estão aí, concretos e mensuráveis, para quem quiser ver sem ideologias pré-concebidas. Defendemos não apenas uma empresa estatal forte, mas a soberania nacional em sua expressão mais concreta. E essa soberania, sabemos bem, começa pela política energética – porque sem energia própria e acessível, não há desenvolvimento possível, não há independência real, não há futuro digno para nosso povo. Essa é a batalha que travamos, essa é a causa que abraçamos, e é com essa determinação que seguiremos lutando pelo Brasil e pelos brasileiros.
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