A desigualdade social no Brasil é uma herança histórica profunda, manifestando-se de forma gritante na questão da moradia para a população carente. Desde a colonização, a concentração de terras e o acesso desigual aos recursos foram moldando uma sociedade onde poucos detêm muito, e a maioria luta por condições básicas de vida. Essa disparidade se agrava com a especulação imobiliária, um fenômeno que transforma a moradia de direito em mercadoria de luxo.
Cidades brasileiras, em constante expansão, veem seus centros e áreas valorizadas serem alvo de investimentos que visam lucro rápido, não o bem-estar social. Terrenos e imóveis ficam vazios ou subutilizados, aguardando valorização para serem vendidos a preços exorbitantes. Enquanto isso, milhões de famílias de baixa renda são empurradas para as periferias, um exemplo que constata bem está na minha cidade de Muriaé MG com cerca de 100 mil habitantes , com número bem significativo, cerca de mil famílias foram deslocadas para distrito que fica em torno de 6km do centro urbano cidade , isolando essa massa de moradores de cultura lazer etc,muitas vezes em condições precárias com pouca infraestrutura .
A falta de moradia digna para a população carente não é apenas um problema de escassez de imóveis, mas uma consequência direta dessa dinâmica especulativa aliada à ineficácia de políticas públicas habitacionais. A lógica do mercado, ao invés de garantir o direito à moradia, perpetua um ciclo vicioso de exclusão, onde quem já tem pouco, fica ainda mais vulnerável.
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